quinta-feira, 22 de outubro de 2009

DINAMISMO DO AGRONEGóCIO BRASILEIRO

A história econômica brasileira, com suas implicações sociais, políticas e culturais, tem fortes raízes junto ao agronegócio. Foi a exploração de uma madeira, o pau brasil, que deu nome definitivo ao nosso País. O processo de colonização e crescimento está ligado a vários ciclos agroindustriais, como a cana-de-açúcar, com grande desenvolvimento no Nordeste; a borracha dá pujança à região amazônica, transformando Manaus num metrópole mundial, no início do século; mais recentemente, o café torna-se a mais importante fonte de poupança interna e o principal financiador do processo de industrialização.

O progresso do Sul do Brasil também está ligado ao agronegócio. A pecuária domina os pampas; a exploração da madeira nas serras e a agricultura se desenvolve com a participação das várias etnias que compõem o mosaico populacional da região: portugueses, migrantes italianos, alemães, poloneses e outros. Da poupança da agricultura, instalam-se agroindústrias, como a do vinho e dos móveis, da carne bovina, de suínos e aves. De um campo trabalhador e próspero surgem vilas e cidades que concentram serviços mais especializados e irradiam sua influência.

Mas o caminho do sucesso do agronegócio brasileiro e sulista não foi trilhado sem percalços. Gerações passadas, mesmo com grande espírito empreendedor e aventureiro, não dispunham de facilidades de infra-estrutura, como estradas e armazéns; a industrialização dos produtos era realizada em máquinas precárias, como os moinhos coloniais de pedra, os engenhos de cana tocados a força animal; as dificuldades de transporte de produtos agrícolas in natura ou processados dos centros produtores aos centros consumidores. A maioria ganhou e como prova aí estão a agricultura moderna, as eficientes agroindústrias e as pujantes cidades do interior, principalmente do Centro-Sul e Centro-Oeste. Alguns sossobraram no próprio campo, outros migraram para as cidades; outros aguardam condições mais favoráveis para mudar de atividade.

A partir dos anos 71, o agronegócio brasileiro entra numa acelerada fase de modernização, com diversificação da produção, aumento da produção e da eficiência, notadamente da terra e da mão-de-obra. O aumento da eficiência da mão-de-obra está relacionada com a mecanização e a disponibilização de energia elétrica. Novas variedades de culturas e pastagens, aliadas a fertilizantes químicos, defensivos e práticas culturais mais eficientes permitem que se produza mais, em uma mesma área. O exemplo mais recente dessa mudança é a soja, que seguido do milho, torna-se o maior de todos os desbravadores de novas fronteiras agrícolas, principalmente no Centro-Oeste. De uma produção de 1,5 milhões de toneladas, no início da década de 70, atinge a mais de 30 milhões de t., nos últimos dois anos, um crescimento de 30 vezes em menos de 20 anos. À transformação nas culturas de soja e milho, segue-se a espetacular evolução de suínos e aves.

O agronegócio brasileiro compreende atividades econômicas ligadas, basicamente, a: (i) insumos para a agricultura, como fertilizantes, defensivos, corretivos; (ii) a produção agrícola, compreendendo lavouras, pecuária, florestas e extrativismo; (iii) a agroindustrialização dos produtos primários; (iv) transporte e comercialização de produtos primários e processados.

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